Allegro - QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO A TERÇA-FEIRA, 19 DE MAIO DE 2015
Quarta-Feira, 13 de Maio de 2015
Largada de Bora Bora às 0715, rumo a Niue. 1050 milhas a percorrer.
Desistimos de ir a Suwarrow - não há vento nem se prevê que venha a haver durante mais 2 dias.
Continuamos, portanto, a motor.
A largada para esta perna fora 3 dias antes em Uturoa (Raiatea) e já nessa altura a frota se dividiu em dois: um grupo de 6 barcos que se manteve a caminho de Suwarrow e outro com os restantes barcos que foram para Bora Bora esperar pelo vento.
Em relação ao rumo a tomar, a existência de dois centros de baixas pressões que se estão a formar, começa a haver dúvidas e algum debate.
Quinta-feira, 14 de Maio de 2015
Alterámos o rumo mais para Norte, em direcção a Suwarrow, por se prever um agravamento do tempo, mais intenso na rota para Niue.
Continuamos a motor do 2º para o 3º dia, começando o consumo de diesel a ser significativo.
Sexta-feira, 15 de Maio de 2015
A informação meteorológica continua a ser incompleta, tendo sido clarificada com um e-mail do Rui Soares.
O “Exocet Strike” que parece ser o barco meteorologicamente mais bem informado, aconselha e mantém rumo para Norte.
Pelo meio do dia começa finalmente a haver vento - 12 a 14 nós de SE - o que nos permitiu desligar o motor.
A pressão atmosférica mantém-se em 1012, mas o mar começa a estar mais agitado e desconfortável.
Sábado, 16 de Maio de 2015
Devido ao agravamento do tempo, optámos por nos dirigirmos, com mais outros 3 barcos, para W, para só mais tarde tomarmos o rumo para Niue (SW).
Pouco depois de amanhecer, a pressão atmosférica desceu rapidamente para 1008, e no princípio da noite o vento subiu para os 16 nós, agora vindo de NE. Sabíamos que no dia seguinte ia chegar o mau tempo.
Domingo, 17 de Maio de 2015
Esperávamos a todo o momento o agravamento das condições atmosféricas, que surgiu pelas 0800, com vento persistentemente superior a 20 nós, e pontas de 28-30 nós, vindo de N.
A pressão atmosférica continuou a baixar rapidamente (1001), com avisos frequentes do “Meteograph”.
A partir das 1500, o vento, de NW agora, subiu ainda mais, tendo atingido, entre as 1630 e as 1830, velocidades persistentemente superiores a 30 nós, com picos de 35-40 nós, tendo ficado registado um máximo de 43 nós.
A partir das 1900, a situação inverteu-se depois de uma enorme chuvada ( e de alguma trovoada), que durou mais de uma hora. Durante esta fase, o vento foi rondando, como é costume, de N para NW, depois para W, e finalmente para SW, durante a madrugada.
Segunda-feira, 18 de Maio de 2015
O vento continuou a rondar de SW para S e finalmente para SE, e assim se tem mantido, com intensidade de 10-15 nós.
A passagem desta depressão, sem estragos maiores durante a sua fase mais intensa, vai deixar uma recordação clara da força que o mar e o vento podem ter e do bom comportamento do barco.
Mais uma vez verificámos o excepcional desempenho do “Hydrovane”, que desta vez teve que ser apoiado manualmente porque não conseguimos imobilizar completamente a roda do leme. Durante a fase mais intensa, cada um de nós fez uma hora de leme em rotação, deixando o barco ir sendo levado com o tempo. O gráfico da nossa deslocação nesta fase traça um semicírculo que ilustra bem de que forma o vento foi rondando…
Posteriormente foi necessário reposicionar o casquilho superior que fixa o “Hydrovane” aos suportes no casco, para o que foi preciso parar o barco (arrear as velas).
Terça-feira, 19 de Maio de 2015
Já hoje, ao percorrer o convés, verificámos que o ferro, com o impacto do mar, se tinha deslocado no seu suporte, e ficado mal fixado. Foi corrigio o problema.
Estamos na fase que antecede o desaparecimento completo da instabilidade provocada pela depressão. Mesmo assim o céu tem estado cinzento durante todo o dia e por vezes choveu um pouco.
A caminho de Niue, onde contamos chegar dentro de 5 dias, aguardamos a chegada do sol e do céu azul.
LA+MA